DESENVOLVIMENTO & INOVAÇÃO

Até o início da década de 90, a indústria de refrigerantes utilizava em ampla escala as embalagens de vidro que eram retornáveis, ou seja, eram entregues nos postos de vendas para a "recompra" dos refrigerantes, o que pré-determinava as vendas, pois a compra sem a devolução do antigo "casco" implicava num gasto extra, superior ao custo do produto em si, fator que desmotivava sua aquisição. Desse modo, a compra por impulso no mercado de refrigerantes tinha na embalagem um importante limite.
O sistema de reutilização das embalagens de vidro caracterizava-se pela complexidade da logística. Era imprescindível a existência de um elevado estoque de garrafas de vidro, para garantir o bom funcionamento do sistema de distribuição e venda de refrigerantes. Havia, portanto, a obrigação de que as empresas de refrigerantes fornecessem aos canais de distribuição e revenda do produto uma quantidade de vasilhames suficiente para o feedback do sistema.
A incorporação do progresso tecnológico pelas empresas de embalagens no final da década de 80, possibilitou a criação de uma embalagem plástica flexível, o polietileno tereftalato, denominado popularmente de PET.
O padrão de embalagem PET começou a ser utilizado pelas grandes empresas de refrigerantes no Brasil no final dos anos 80. As vantagens provenientes de sua utilização, residiram na simplificação do sistema de logística, pois a não necessidade da devolução das embalagens para a recompra do produto, eliminou a necessidade de manutenção de um grande estoque de embalagens, beneficiando todos os elos da cadeia produtiva, ou seja, desde o fabricante do produto passando por todos os intermediários até chegar ao consumidor final. A redução das escalas mínimas eficientes intra-regional dispensou a formação de grandes redes de distribuição. O resultado imediato foi a retração dos custos de transporte e de estocagem, aumentando as vantagens em se operar no setor.
A não obrigatoriedade da troca de vasilhames na compra do refrigerante alterou adicionalmente o comportamento do consumidor, fazendo com que as vendas passassem a ser muitas vezes impulsivas, pois no preço do refrigerante já estava incluído o custo da garrafa descartável. Isso foi possível devido ao baixo preço das garrafas plásticas em comparação com às de vidro, o que vinha a somar com a eliminação dos custos logísticos citados anteriormente. A possibilidade de descarte da embalagem PET provocou, ainda, o crescimento das vendas de refrigerantes nos supermercados.
Em 1998, o mercado de PET teve como líder de consumo a Coca-Cola, com participação de 47,7%, sendo seguida pelas: Brahma/Pepsi com 13,1%, a Antarctica com 11,9% e os refrigerantes regionais com 27,3% desse mercado ( Nielsen ).
O PET é derivado do petróleo, aumentos no preço do internacional do petróleo, impactam negativamente sobre a manutenção do padrão PET no mercado brasileiro. As embalagens descartáveis, que vem sendo acompanhada pela inexistência de um sistema de obrigatoriedade de reciclagem. O principal argumento são os problemas ambientais ocasionados. Em comparação ao vidro, o PET causa mais danos ao meio ambiente, pois além de produzir um maior volume de lixo industrial, a natureza demora mais tempo para demandá-lo. Constata-se portanto, que a reciclagem do PET é imprescindível para amenizar problemas ambientais.


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